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A morte por covid-19 no Espiritismo
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A morte por covid-19 no Espiritismo

A morte por covid-19 pode ser uma escolha de provas? Ou um filho por descuido pode levar a doença aos pais, provocando a morte deles?

*Resposta de Cosme Massi na live "Provas, expiações, livre arbítrio e fatalidade", promovida pelo Centro Espírita Luz do Evangelho — USE Distrital Penha e IDEAK em 24 de julho de 2020.


Transcrição de Rui Gomes Carneiro.  


Para analisar um evento temos que conhecer todas as variáveis envolvidas, sem o que trabalharemos apenas com hipóteses; é necessário que se saiba quais variáveis foram fundamentais para que o evento ocorresse. Assim, é difícil responder a uma questão moral prática, pois esse tipo de questionamento envolve muitas variáveis, e é por isso que não vamos encontrar na obra de Kardec, em geral, esse tipo de análise.


Desta forma, no caso em questão, não se sabe sobre a escolha de provas e expiações dos pais, da educação que deram ao filho, de como cuidavam da própria saúde, de seus sentimentos, suas paixões; são muitas coisas influenciando a vida das pessoas. Não sabemos todas as variáveis para poder dizer se morreram ou não no momento planejado.


Alguém pode programar, antes de reencarnar, a data da própria morte?


Esta é uma questão importante que precisa ficar bem clara: as escolhas morais não são predeterminadas! Não se programa ser assassino, morrer assassinado, ser ladrão; ninguém escolhe a data da morte, dia, mês, ano. Isso não faz nenhum sentido, porque se fosse possível escolher a data da morte não haveria nem suicídio nem homicídio: o suicida não seria responsável uma vez que a data da morte já estava determinada, e o mesmo raciocínio valeria para o homicídio.


Ninguém determina a data da sua morte, vai-se construindo o momento da morte ao longo do tempo;
às vezes o indivíduo vai tendo uma vida desregrada e a morte surge num determinado momento porque ele foi se matando aos poucos. Se ele não estivesse naquela vida desregrada poderia viver mais.


A mesma coisa vale para a imprudência: será que, no caso em análise, os pais foram imprudentes, o filho foi imprudente, e resultou daquela imprudência a morte deles? Se eles tivessem tomado algumas providências para que o filho só entrasse em casa após alguns cuidados, enfim, medidas simples amplamente conhecidas, será que eles poderiam viver um pouco mais, não teriam morrido naquele dia e naquele contexto? Mas por outro lado também não sabemos se os pais já eram doentes, e se de fato já estavam no final da vida, não sabemos o contexto.


Mas pode ter acontecido todo um contexto de imprudências que desconhecemos, então é impossível julgar corretamente um caso real sem saber as variáveis que podem ter sido determinantes, tanto da parte dos pais como do filho.


Desta forma, ignorar tudo o que dissemos e julgar um evento real, prático, acaba sendo leviandade, pois a pessoa está julgando sem conhecer o que de fato causou o evento, o que foi determinante.


Assim, é possível que aquele momento tenha sido de fato o momento planejado pelos pais para a partida, é claro que é possível. Eles teriam escolhido um tempo de vida e a covid-19 causou-lhes a desencarnação, como qualquer outra doença poderia ter feito. Neste caso, se não fosse por covid seria por outra doença, mas estaria dentro da programação deles a morte por doença e não por acidente, por exemplo. Então poderia ser por programação como também por imprudência de alguém ou de quem morreu. Não dá para saber! (Quer estudar o tema da fatalidade do instante da morte? Veja esta videoaula do KARDECPlay).


*Observação. O texto acima foi retirado de uma exposição de viva voz. Como todo ensino oral, esta colocação pode não ser tão rigorosa com os sentidos das palavras, por efeito da proximidade entre as pessoas que conversam. É preciso, por isso, considerar que as definições dadas podem ser provisórias, e que alguns termos são usados em sentido figurado. Em todo caso, o fundo da mensagem não deixa equívocos.


Cosme Massi é Físico, Doutor e Mestre em Lógica e Filosofia da Ciência pela UNICAMP. Foi professor, pró-reitor e diretor de diversas universidades no Brasil. Ganhador do Prêmio Moinho Santista em Lógica Matemática. Escritor, palestrante e estudioso das obras e do pensamento de Allan Kardec há mais de 30 anos. Idealizador do IDEAK (Instituto de Divulgação Espírita Allan Kardec) e da KARDECPEDIA, plataforma grátis para estudos das obras de Allan Kardec. Reúne mais de duzentas aulas de Espiritismo na plataforma KARDECPlay.


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