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Como é feita a escolha de provas?
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Como é feita a escolha de provas?

Explicação de Cosme Massi* no SEMINÁRIO “O MUNDO DOS ESPÍRITOS”, em 21 de novembro de 2017 com a Allan Kardec TV.

Transcrição de Rui Gomes Carneiro.


A escolha de provas é uma das leis do Espiritismo. É uma lei, a prova é escolhida pelo Espírito. Após a perturbação da morte, o Espírito é livre, e por isso ele pode escolher. Ele sabe quem foi antes, ele sabe a quem prejudicou, conhece as suas necessidades, as reparações que precisará fazer, e então ele pode escolher responsavelmente.

Sendo assim, ninguém tem o direito do queixume, da reclamação.

“Ah, Senhor, não aguento este país!”

Nada disso, não foi Deus quem o obrigou a nascer aqui, foi você quem escolheu! E Deus permitiu.

E cuidado, não é tudo que a gente escolhe; diz Kardec que nós escolhemos o gênero de prova. Por quê?

Porque tem que ser o gênero, e não o detalhe: o Espírito não pode escolher, unilateralmente, a mãe ou o pai, pois essa escolha implica na liberdade deles escolherem também, depende deles concordarem em tê-lo como filho. Escolhe-se o gênero de provas. Dentro do gênero de provas muitas famílias, muitos ambientes e lugares são possíveis para viabilizá-las, e aí, é claro, tem que haver uma combinação entre os envolvidos; não é só o livre arbítrio de um.

A pessoa fala assim: “Ah, eu escolhi o meu marido”. Então ele não teve livre arbítrio? Não é assim, o livre arbítrio não é de um só, é de todos: digo que escolhi ser filho do fulano, mas ele teve que aceitar!

Kardec é muito lúcido, e deixa claro que o Espírito não escolhe seu marido, sua esposa, seu filho, ele escolhe o gênero de provas: casará e terá filhos.

E é claro que para encaixar no gênero de provas muitas situações são possíveis, mas vai depender da escolha do casal que gostaríamos de ter como pais. Nós escolhemos, e depois nos encontramos todas as noites no mundo espiritual com os possíveis pais, emancipados do corpo, para ver se é possível.

Pedimos: “Olha, esses pais atenderiam minhas necessidades, estão na minha rota, seriam muito adequados”! Então vamos conversar: “Gente, eu posso ser filho de vocês?” Vai ter que acertar isso, porque a escolha é de todos, há que se respeitar o livre arbítrio de cada um.

Então escolhe-se o gênero da prova, mas é o indivíduo quem tem que escolher! Os outros Espíritos ajudam, orientam, mas a responsabilidade das escolhas tem que ser de quem escolhe.

Pode parecer estranho quando Kardec pergunta em “O Livro dos Espíritos” como um Espírito pode escolher viver entre gente de má vida, e fracassar. Oras, ele achou que seria interessante para seu progresso, escolheu, mas não conseguiu vencer.

Tem uns que escolhem nascer ricos, mas não é pela prova da riqueza, na verdade eles adoram viver na ociosidade; escolheu ser rico para continuar sem fazer nada! Há casos assim, não quer dizer que os ricos sejam isso; há casos assim.

Há casos em que a pessoa escolhe a prova da riqueza para vencê-la. É como Kardec descreve, em “O Céu e o Inferno”, entre os Espíritos felizes, uma mulher que vence a prova da riqueza admiravelmente. Quando Kardec vai conversar com ela sobre como ela conseguiu algo tão raro, ela diz assim: “Porque eu demorei para escolher essa prova”.

E tem muita gente que quer escolher rápido; se perguntada do que gostaria de escolher para a próxima reencarnação, já quer ser rica. Nem pensou ainda e já quer ser rica.  Mas essa mulher demorou para escolher, e, diz ela, "quando escolhi estava preparada para enfrentá-la".

Então há lógica na escolha, há bom senso. No Espiritismo é preciso pensar, raciocinar. É preciso estudar os princípios e colocar a alma para pensar.


O Livro dos Espíritos > Parte segunda — Do mundo espírita ou mundo dos Espíritos > Capítulo VI — Da vida espírita > Escolha de provas.

258. Quando na erraticidade, antes de começar nova existência corporal, tem o Espírito consciência e previsão do que lhe sucederá no curso da vida terrena?

“Ele próprio escolhe o gênero de provas por que há de passar, e nisso consiste o seu livre-arbítrio.”

— Não é Deus, então, que lhe impõe as tribulações da vida, como castigo?

(. . .) Dando ao Espírito a liberdade de escolher, Deus lhe deixa a inteira responsabilidade de seus atos e das consequências que estes tiverem. (. . .) Se um perigo vos ameaça, não fostes vós quem o criou e sim Deus. Vosso, porém, foi o desejo de a ele vos expordes, por haverdes visto nisso um meio de progredirdes, e Deus o permitiu.”

259. Do fato de pertencer ao Espírito a escolha do gênero de provas que deva sofrer, seguir-se-á que todas as tribulações que experimentamos na vida nós as previmos e escolhemos?

“Todas, não, porque não escolhestes e previstes tudo o que vos sucede no mundo, até às mínimas coisas. Escolhestes apenas o gênero das provações. As particularidades são a consequência da posição em que vos achais e, muitas vezes, das vossas próprias ações. Escolhendo, por exemplo, nascer entre malfeitores, sabia o Espírito a que arrastamentos se expunha; ignorava, porém, quais os atos que viria a praticar. Esses atos resultam do exercício da sua vontade, ou do seu livre-arbítrio. Sabe o Espírito que, escolhendo tal caminho, terá que sustentar lutas de determinada espécie; sabe, portanto, de que natureza serão as vicissitudes que se lhe depararão, mas ignora se se verificará este ou aquele evento. Os acontecimentos secundários se originam das circunstâncias e da força mesma das coisas. Previstos só são os fatos principais, os que influem no destino. Se tomares uma estrada cheia de sulcos profundos, sabes que terás de andar cautelosamente, porque há muita probabilidade de caíres; ignoras, contudo, em que ponto cairás e bem pode suceder que não caias, se fores bastante prudente. Se, ao percorreres uma rua, uma telha te cair na cabeça, não creias que estava escrito, segundo vulgarmente se diz.”

260. Como pode o Espírito desejar nascer entre gente de má vida?

“Forçoso é que seja posto num meio onde possa sofrer a prova que pediu. Pois bem, é necessário que haja analogia. Para lutar contra o instinto do roubo, preciso é que se ache em contato com gente dada à prática de roubar.”

Veja mais sobre o assunto no vídeo do canal Cosme Massi no YouTube.


*Observação. O texto acima foi retirado de uma exposição de viva voz. Como todo ensino oral, esta colocação pode não ser tão rigorosa com os sentidos das palavras, por efeito da proximidade entre as pessoas que conversam. É preciso, por isso, considerar que as definições dadas podem ser provisórias, e que alguns termos são usados em sentido figurado. Em todo caso, o fundo da mensagem não deixa equívocos.

Cosme Massi é Físico, Doutor e Mestre em Lógica e Filosofia da Ciência pela UNICAMP. Foi professor, pró-reitor e diretor de diversas universidades no Brasil. Ganhador do Prêmio Moinho Santista em Lógica Matemática. Escritor, palestrante e estudioso das obras e do pensamento de Allan Kardec há mais de 30 anos. Idealizador do IDEAK (Instituto de Divulgação Espírita Allan Kardec) e da KARDECPEDIA, plataforma grátis para estudos das obras de Allan Kardec. Reúne mais de duzentas aulas de Espiritismo na plataforma KARDECPlay.


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