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Lei dos fluidos: perguntas sobre fluidos, perispírito e passe
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Lei dos fluidos: perguntas sobre fluidos, perispírito e passe

Explicação de Cosme Massi* na live Lei dos Fluidos, no 1º Encontro Amigos de Allan Kardec, em 9 de outubro de 2021.

Transcrição de Rui Gomes Carneiro.


1. Fluido é matéria? E os fluidos que compõem o perispírito?

Sim, o fluido é um tipo de matéria, ou seja, fluido não é pensamento, que é uma propriedade da alma.

Aliás, a definição de alguns filósofos materialistas, até modernos, de matéria é essa: matéria é tudo aquilo que não é pensamento.

Nós vamos encontrar isso em vários filósofos materialistas que vão definir matéria de forma filosófica, usando a chamada definição negativa. Há dois conceitos de matéria: o conceito da física, que procura dar uma caracterização científica da matéria a partir da sua composição, dizendo do que a matéria é composta, e quais são as partículas que a compõe; e também há a definição filosófica, que define matéria por oposição ao conceito de pensamento. Vários filósofos, mesmo materialistas, definem a matéria como tudo aquilo que não é pensamento, como está explicado no livro “Espírito e Matéria”.

Mas o mais importante é que o fluido, sendo um tipo de matéria, mesmo ainda desconhecida, não tem nenhuma propriedade de pensar, o fluido não é alma, ele difere daquilo que chamamos de alma, esse é o ponto essencial. Ao pensar o fluido como matéria exclui-se dele qualquer propriedade de pensamento. O pensamento é exclusividade da alma, do Espírito, do ser pensante.

Quanto ao perispírito, lembremos que ele é formado por fluidos que, como vimos, é matéria.

Logo, o perispírito é matéria, sua estrutura é de fluido material. Kardec e os Espíritos fizeram questão de dizer que o perispírito não pensa, o perispírito não tem propriedade de alma, ele é um tipo de matéria.

2. Como o Espírito atrai e modifica fluidos tornando seu perispírito mais sutil?


No Espiritismo esses termos grosseiro e sutil são apenas metáforas. Quando vamos tratar de perispíritos e de fluidos temos que tomar cuidado: como desconhecemos a natureza físico-química, se assim podemos nos expressar, dos fluidos, tudo que se fala é por metáforas, em geral metáforas morais, que nos ajudam a compreender alguma coisa.

Então a metáfora dizendo que o Espírito atrai os fluidos pelas qualidades do seu mundo interior faz muito sentido, bem como a que os fluidos que o compõe adquirem as qualidades do seu próprio mundo interior.

Um Espírito muito evoluído, ao se aproximar de um planeta como a Terra a fim de interagir com ela, seja pela encarnação, seja pela interação mediúnica, usaria fluidos desse mundo próprios ao seu mundo moral, ou seja, com as qualidades do seu mundo moral. Podemos pensar nessa metáfora como se esse Espírito pegasse um ímã e o aproximasse de limalha de ferro, de pó de ferro; o pozinho de ferro se agregará em torno do ímã! Da mesma forma, podemos pensar que o perispírito é formado com os fluidos atraídos pelo mundo moral do Espírito, pelo seu mundo interior.

Mas como o indivíduo muda moralmente, ele vai mudando esse perispírito; à medida que evolui ele vai dando novas qualidades a esses fluidos, ou seja, os fluidos vão sofrendo modificações de acordo com as modificações da própria alma. É isso que a gente sabe.

Agora, como se dão essas modificações, como os fluidos se agregam em torno da alma, todos esses detalhes mais técnicos ou da mecânica do processo a gente não sabe. Devido a isso é que se fala tanto por metáforas, porque ainda desconhecemos a natureza desses fluidos.

Mas essas metáforas já nos ajudam; o que elas dizem? Cuidem do seu mundo moral, para que vocês tenham as melhores qualidades fluídicas possíveis, embora desconheçamos a mecânica desse processo.

Tudo bem, um dia nós vamos conhecer a mecânica, mas por enquanto esse conhecimento moral já é extremamente útil para nós, porque ele chama a atenção para a necessidade da nossa própria transformação moral o tempo todo, para que as qualidades fluídicas sejam cada vez melhores.

Desta forma vamos nos preocupar menos com a mecânica, porque não temos condições de ir além do que já sabemos; avançar especulativamente nos levará a inventar processos e mecanismos, correndo o risco de criar sistemas que depois teremos que abandonar.

É melhor ficarmos com esses conhecimentos mais morais, mas mais seguros e úteis para nos levar a viver uma vida muito melhor.

3. Os fluidos do perispírito se depuram com o progresso moral do Espírito?


A qualidade dos fluidos é dada pelos pensamentos, então é óbvio que para mudar a qualidade desses fluidos é necessário mudar os pensamentos, moralizá-los. Desejos, vontade, sentimentos precisam ser moralizados.

Maus desejos, maus sentimentos e maus pensamentos como ciúme, mágoa, inveja, ódio, desejo no mal dão qualidades ruins. Como vou ter boas qualidades? Modificando as qualidades do pensamento, eliminando da alma o ciúme, a inveja, a mágoa, o ódio, enfim, as paixões ruins, os vícios, a tristeza, o desejo de mal para os outros.

Então só existe um meio de mudar nossos fluídos, que é mudando nosso mundo moral, é esse mundo moral que é relevante.

Achar que poderíamos mudar as qualidades morais da alma modificando o perispírito não tem sentido, pois é o mundo moral que dá qualidade ao perispírito, e não o contrário.

Não tem como mudar o perispírito a não ser mudando a alma, e a alma se muda pela vontade verdadeira do indivíduo.

As qualidades do perispírito são efeitos, então é preciso mudar as causas, ou seja, é preciso mudar as qualidades do mundo íntimo: desejos, pensamentos e sentimentos da alma.

4. Qual a diferença entre fluido vital e princípio vital?


Em geral a palavra princípio é usada no sentido de “causa de”, ou seja, “aquilo que dá origem a”.

Quando se olha a palavra princípio nesse sentido, pode-se perguntar: o que dá origem à vida? O que causa a vida?

Poderia ser uma propriedade exclusiva da matéria, como querem os materialistas, ou a causa da vida poderia ter mais que a matéria, por exemplo ter um elemento material diferente, desconhecido, que se chamou de fluido. O fluido seria essa substância que é responsável por dar a vida ao estar na matéria. Então, se adotar nesse sentido, essa é a diferença.

O princípio não necessariamente é um fluido, uma substância, o princípio poderia ser uma propriedade. Então por isso se usa essa distinção: a palavra princípio significa “causa de”, “que dá origem a”, e aí poderia ser um fluido ou uma propriedade que dá origem, e não propriamente um fluido.

5. O ectoplasma existe ou é apenas mais um nome para um tipo de fluido?


Com certeza, é um nome para um tipo de fluido! E, portanto, não conhecemos sua natureza, ou seja, não conhecemos a natureza deste fluido que chamam ectoplasma.

É necessário que estudos profundos sejam conduzidos a respeito desse fluido, precisamos mergulhar nesse estudo.

Temos estudos sobre fluidos que foram iniciados no século XIX e início do século XX e que precisam ser retomados para investigar, com profundidade e com o objetivo de compreender esse fluido; de que maneira ele está presente ou não nos fenômenos relatados por vários autores.

Então é necessário desenvolver estudos profundos para descobrir do que se trata, e tentar obter algumas propriedades desse fluido.

6. Segundo o que foi falado sobre fluidos, podemos entender que o perispírito só transmite as sensações ao Espírito?


Exatamente, como pode ser estudado em “O Livro dos Espíritos” item 257, “Ensaio teórico das sensações e percepções dos Espíritos”, em que Kardec afirma isso textualmente.

E Kardec diz que se existisse perispírito sem a alma, este nada sentiria, pois quem sente é a alma, o perispírito é apenas o transmissor.

Isso para o Espiritismo, obviamente, pois para o materialista é diferente, é o corpo que sente.

Mas para o Espiritismo, que é uma doutrina genuinamente espiritualista, é a alma que tem sensações, memória, sentimentos; o perispírito é mero veículo, como o corpo também é mero veículo das sensações, e não aquele que sente.

Quem sente não é o cérebro, quem sente é a alma, quem sente não é o perispírito, quem sente é a alma.

7. No passe ocorre a substituição de um mau fluido por um bom, ou a mudança das propriedades do fluido mau?


Como não conhecemos a natureza dos fluidos, as duas metáforas podem ser usadas, porque, de fato, a qualidade dos fluidos perispirituais se trata de uma questão moral.

As vezes Kardec usa substituição de um mau fluido por um bom fluido, mas devemos lembrar que os fluidos não têm qualidades sui-generis, como ele diz no Capítulo XIV de “A Gênese”. Eles recebem as qualidades dos pensamentos, dos desejos, dos sentimentos; poderíamos dizer, também metaforicamente, que a natureza daquele fluido foi modificada pela mudança em suas qualidades, ou seja, ao elevar seus pensamentos o passista muda a qualidade do fluido de ruim para boa, e consequentemente sua natureza também se modificará, tornando-se um fluido mais sutil.

Como se desconhece a estrutura físico-química dos fluidos, temos aí duas metáforas, com que Kardec explica a importância dos bons pensamentos e dos bons desejos durante o passe, para que se possa, com esses bons desejos, com esses bons pensamentos, dar qualidades boas aos fluidos. Consequentemente, essas qualidades boas dos fluidos vão melhorar a qualidade fluídica daquele que está recebendo o passe, seja pela substituição de um mau fluido por um bom, seja pela mudança de suas propriedades.

Então esse é um detalhe, e já que estamos falando de metáforas morais, é claro que ambas as ideias podem ser úteis para explicar o que é mais relevante, que é dizer para o indivíduo: “- Cultive os bons pensamentos e os bons desejos durante o passe, porque é isso que vai permitir que se produzam os melhores efeitos.”

8. Para a melhor transmissão dos fluidos é necessária a imposição de mãos durante a aplicação de passes?


Quando Kardec apresenta a teoria dos fluidos nesse capítulo admirável “Os fluidos”, de “A Gênese”, e quando trata das curas por meio dos chamados “passes magnéticos”, em “O Livro dos Médiuns” e na “Revista Espírita”, são considerados três tipos de magnetismo: o magnetismo humano, o magnetismo espiritual e o magnetismo misto, que é humano-espiritual.

No magnetismo humano é apenas o indivíduo manipulando seus fluidos, no magnetismo espiritual é o próprio Espírito manipulando fluidos para curar certa doença, e no magnetismo misto ocorre a interação e combinação dos fluidos humanos com os dos Espíritos.

Kardec mostra, nesse capítulo, que os fluidos são manipulados pelo desejo, pela vontade do magnetizador (independentemente de ser magnetismo humano ou misto), e que as qualidades desses fluidos são dadas pelos pensamentos, pelos sentimentos dele.

E seja apenas o fluido humano ou a mistura do fluido humano com fluido de um Espírito que assiste ao passe, a forma de transmissão sempre será a mesma, através do pensamento do magnetizador, do passista, que fará vibrar o fluido cósmico com as qualidades dos seus pensamentos e sentimentos, e será então impulsionado pela sua vontade. Então a vibração do fluido cósmico não ocorre por um órgão do corpo do homem, ocorre da sua alma. Isso está muito claro nas obras citadas.

Desta forma, podemos perceber que embora a aplicação de técnicas, como a imposição de mãos, seja útil, ela não é indispensável. Kardec não tira a utilidade das técnicas, ele só diz que elas não são indispensáveis.

Isso é um conceito importante, essa diferença entre o necessário e o útil é importante na filosofia: o que é necessário não pode ser dispensado, ele precisa acontecer; aquilo que é útil pode ou não acontecer.

Então às vezes determinadas práticas são úteis, mas não são indispensáveis; para isso basta perceber que uma pessoa que não tivesse braços poderia também aplicar passes e ter bons resultados, sem que ela precisasse fazer nenhuma imposição de mãos.

Isso significa que a técnica imposição de mãos não é indispensável, mas não quer dizer que por não ser indispensável não seja útil, muito cuidado com isso: Kardec cita a utilidade para certas práticas que os magnetizadores utilizam, eles entenderam essa utilidade, nós estamos longe de compreender por que as técnicas são úteis para esses que as utilizam, por qual razão ele precisa da técnica, por que ele sente a necessidade dessa técnica já que ela não é indispensável. Mas para ele ela é útil.

Kardec coloca isso muito claro, então é muito importante compreendermos estas questões: é necessário? Não; é útil? Sim, e a utilidade se mostra pela prática, há pessoas que se submetem a passes com certas técnicas e tem resultados, então aquela prática foi útil.

- Ah! mas aquele que praticou poderia não ter feito?

- Sim, poderia, mas talvez para ele não; talvez a técnica fosse fundamental para ele, que não conseguiria se concentrar adequadamente, não conseguiria usar o pensamento adequadamente para fazer a manipulação fluídica, para ele aquela técnica é muito útil para que possa manipular os fluidos adequadamente com sua vontade; é uma questão dele.

Mas como uma pessoa sem os braços pode aplicar efetivamente o passe, isso significa que a técnica não é necessária, o que não permite concluir que ela não seja útil: Kardec deixou claro nos textos que as técnicas são úteis, embora não sejam necessárias.

9. Os fluidos transmitidos durante um passe em animal podem prejudicá-lo?


Existem comentários na “Revista Espírita” sobre isso: quando um magnetizador magnetizou o animal e ele acabou não resistindo, mas esses estudos precisam ser aprofundados, depende do que entendemos por passe.

Quem diante de um ser vivo já não fez uma oração para aquele ser, para um animal em sofrimento? É a expressão do desejo, do sentimento humano.

É preciso entender que tipo de ação fluídica vai ser feita, e qual foi aquela, por exemplo, que causou prejuízo ao animal.

São estudos que nós estamos começando a fazer, para entender a mecânica desse processo de troca fluídica. Mas eu não vejo problema quando o indivíduo ora em benefício dos seres vivos, da criação, a fim de expressar seus próprios bons sentimentos, os seus desejos para com esse ser vivo, já que o amor à natureza e aos seres vivos é um dever de todos nós.

Às vezes aprendendo a amar os animais acabamos aperfeiçoando o amor aos próprios homens. É curioso, tem gente que consegue primeiro amar os animais e tem dificuldades para amar os homens; isso é problema, nós temos que amar as pessoas, não apenas animais.

Mas às vezes um ajuda o outro, o indivíduo vai desenvolvendo o sentimento do amor que vai crescendo, que vai se ampliando, até chegar ao amor a toda a humanidade. Têm pessoas amam o seu animal, amam a sua família e mais ninguém! Então ela vai aprendendo a expandir esse amor a toda a natureza, a todos os seres vivos, e também a todas as pessoas, não só para os homens de sua família.

Assim, não há problemas que se ore, que se façam preces.

Agora, o estudo detalhado da ação magnética específica que fazem os magnetizadores sobre os animais, teria que ser resultados de estudos e de experiências que esses magnetizadores devem fazer. É um assunto que deve ser investigado com todo cuidado.



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