É normal temer a morte em um mundo de provas e expiações?
Resposta de *Cosme Massi na live "Provas, expiações, livre arbítrio e fatalidade". Centro Espírita Luz do Evangelho — USE Distrital Penha e IDEAK, em 16 de julho de 2020.
Transcrição de Rui Gomes Carneiro.
Sim, é normal temer-se a morte em um mundo de provas e expiações. E é normal temer-se a morte em um corpo como o nosso, que tem um instinto de conservação muito forte, o que gera um certo temor, que às vezes a pessoa não consegue controlar. O instinto de conservação é algo natural e produz o medo da dor e do sofrimento, que também é natural.
Pois é preciso ter medo para se afastar do perigo para o corpo. Ainda mais, nós desenvolvemos em boa parte da sociedade a cultura da morte como algo ruim, algo que gera temor, que deve ser lamentado. Inclua-se aí o funeral, aquela coisa triste, com choro, revolta, ignorando que quem se foi poderá ter uma vida melhor. A morte é considerada sempre algo ruim, e isso também gera medo. Essa cultura que não usa a razão para tratar a morte aumenta ainda mais o medo, por que o indivíduo fica na dúvida: “Espera, o que vai acontecer? Eu vou sofrer ou não vou sofrer?”
Nós sabemos o quanto o medo nasce do desconhecido; se o indivíduo não sabe o que vai acontecer com ele, é natural ter medo. Desconhecer se a vida poderá ficar pior do que é gera medo do futuro. E no geral é o medo que em um contexto de pandemia, como o que temos agora, leva as pessoas a fazerem muitas coisas. Elas têm medo do que vai acontecer amanhã, então procuram fugir da morte de qualquer maneira.
Pois como um mundo de provas e expiações é um mundo de insegurança social, política, econômica e nosso corpo é muito sensível a dores, doenças e desequilíbrios, é natural que isso tudo faça que o medo seja muito mais forte, porque ele tem elementos biológicos, sociais e culturais muito fortes! Então vemos a morte como um problema e não como uma libertação, que é como os espíritas deveriam considerar.
Assim, morrer é libertar-se, o que não quer dizer que a pessoa queira se matar. Não é isso! O espírita sabe que se morrer antes do que planejou ele vai responder por isso, vai sofrer as consequências. Não é isso! O espírita vive cada dia aproveitando-o para crescer moralmente, e vai trabalhar para que a sua morte seja adiada o máximo possível. Ele não quer morrer agora, ele quer ficar mais, porque ele sabe que essa experiência de provas que ele escolheu é fundamental para seu futuro. O espírita não antecipa a morte, muito pelo contrário, ele quer que a morte demore para acontecer, porque sabe que precisa do corpo para provar que superou vícios e desenvolveu virtudes.
No entanto, quando ela chega, encontra-o alegre e feliz, porque sua consciência está tranquila, ele sabe que fez todo o possível para aproveitar o tempo de vida na Terra, e soube aproveitar. E quando a morte chegar, vai pegá-lo com alegria no coração: “Graças a Deus, Senhor! Chegou a hora em que o Senhor quer que eu parta. Eu procurei fazer o que estava ao meu alcance, então eu vou partir tranquilo.”
Desta forma, a morte para o espírita não é uma situação de tristeza, é de alegria. Ele sabe que seu corpo foi sua ferramenta de trabalho durante muitos anos, e conservou-o até o momento que Deus julgou encerrada essa sua experiência de provas. Agora que Deus quer, vai feliz, sabe que será uma vida melhor, confia em Deus!
O espírita faz isso sem neuroses, sem medo, faz com tranquilidade, sem julgar que ele é o corpo. Ele tem certeza de que é a alma, então ele fica feliz quando sua hora chega. Voltará para seu verdadeiro mundo, o mundo espiritual.
Se por outro lado Deus lhe disser: “você vai ter que aguentar mais vinte anos nesse mundo, e vai ser com dor”, o espírita sorri e diz “Seja feita a sua vontade! Eu vou passar mais vinte anos assim, se o Senhor acha que será bom para mim.”
Então, o espírita tem que aprender a lidar com a morte, confiando em Deus e vivendo cada dia da melhor forma que ele pode, buscando o crescimento espiritual durante todo o tempo, e esperando a hora que Deus julgar que tem que ir embora, e nunca desejar ir antes dessa hora.
O espírita tem que esperar o momento que Deus julgar que é a hora dele ir.
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*Observação. O texto acima foi retirado de uma exposição de viva voz. Como todo ensino oral, esta colocação pode não ser tão rigorosa com os sentidos das palavras, por efeito da proximidade entre as pessoas que conversam. É preciso, por isso, considerar que as definições dadas podem ser provisórias, e que alguns termos são usados em sentido figurado. Em todo caso, o fundo da mensagem não deixa equívocos.
*Cosme Massi é Físico, Doutor e Mestre em Lógica e Filosofia da Ciência pela UNICAMP. Foi professor, pró-reitor e diretor de diversas universidades no Brasil. Ganhador do Prêmio Moinho Santista em Lógica Matemática. Escritor, palestrante e estudioso das obras e do pensamento de Allan Kardec há mais de 30 anos. Idealizador do IDEAK (Instituto de Divulgação Espírita Allan Kardec) e da KARDECPEDIA, plataforma grátis para estudos das obras de Allan Kardec. Reúne mais de duzentas aulas de Espiritismo na plataforma KARDECPlay.
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