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Mediunidade: Teoria e Prática — Parte 1
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Mediunidade: Teoria e Prática — Parte 1

O que significa mediunidade e ser médium?

*Explicação de Cosme Massi na Live realizada em 04/05/2020, disponível no canal Cosme Massi no YouTube.

Transcrição de Rui Gomes Carneiro.


O conceito de mediunidade e de médium já estava definido antes da edição de “O Livro dos Médiuns”, tanto em “O Livro dos Espíritos” como em “Instruções Práticas sobre as Manifestações Espíritas”, obra que deu origem, depois, a “O Livro dos Médiuns”.

Para discutir o conceito de médium é recomendável estudar o item 159 de “O Livro do Médiuns”. É interessante que Kardec enumerou sequencialmente os parágrafos dessa obra, e isso facilita muito encontrar o desejado; não é preciso procurar capítulo, pois o número, que é único, já leva até o assunto que se quer estudar.

No item 159 mencionado, Kardec apresenta dois conceitos de médiuns; lembremos que todas as palavras têm muitos significados; isso faz parte da polissemia que envolve os termos.

Kardec dá um conceito genérico e outro conceito específico de mediunidade; o específico é o conceito mais usual, sendo utilizado por ele em toda a obra.

No conceito geral, ele define médium como todo aquele que sente em um grau qualquer a influência dos Espíritos. Como é um grau qualquer, e como todos nós sentimos a influência dos Espíritos, Kardec afirma que, no sentido genérico, todos somos médiuns.

No item 182 de “O Livro dos Médiuns”, ao tratar dos chamados médiuns inspirados, Kardec vai reafirmar esse conceito geral de mediunidade, ao dizer que, como todos nós temos influências, inspiração e ajuda dos Espíritos, em particular de nosso anjo guardião e dos Espíritos familiares; então, todos somos médiuns. Esse é o conceito genérico, geral, do que é médium.

Mas Kardec usa também um conceito mais específico, mais preciso, que é o conceito que vai ser utilizado na obra inteira e que normalmente nas conversas é usado. Por exemplo, quando pergunto a alguém se ele é médium, estou usando o conceito específico, e ele me responderá também considerando esse conceito específico.

Se me perguntarem — Cosme, você é médium? — vou responder que no sentido específico não sou. Por quê? Porque no conceito específico é necessário ter a capacidade muito mais pronunciada, muito mais patente; e essa capacidade mais pronunciada recebe certos nomes para suas especificidades. Então a pessoa é médium psicográfico, psicofônico, de efeitos físicos, vidente etc.

Nesse sentido específico, Kardec diz, no item 226 de “O Livro dos Médiuns”, que a capacidade mediúnica se radica no organismo, ela não depende do moral, ela se radica no organismo. Isso significa que, independentemente do conhecimento intelectual, independentemente do desenvolvimento ético-moral, pode-se ser médium.

Tem pessoas inteligentes e pessoas ignorantes do ponto de vista intelectual que são médiuns, como tem pessoas boas e pessoas com caráter ruim que podem ser médiuns. Isso porque a mediunidade é uma propriedade orgânica, ela se radica no corpo físico. Mas como se pode identificar no corpo? Não sabemos!

Kardec deixa claro que não há nenhum indício corporal conhecido que indique qual a característica responsável pela mediunidade como faculdade orgânica. Não dá para identificar um médium pela sua análise orgânica, corporal. O único jeito é tentar. Tentar praticar a mediunidade psicográfica, por exemplo. Kardec recomenda treinar durante 15 minutos por dia, orar, pedir ajuda ao anjo guardião. Em silêncio, pegar o lápis e o papel e fazer o teste; quinze minutos, diz ele, é suficiente para verificar. Se nesses 15 minutos a pessoa não tiver nenhum impulso para escrever, não receber nenhuma ideia diferente das suas para escrever, é poque pode não ser médium. É preciso testar isso várias vezes, diferentes dias; aí, se não é, para e espera um tempo, depois de alguns meses ou alguns anos, volta a testar novamente.

A mediunidade pode se manifestar em épocas diferentes da vida da pessoa, pode ser que aos 25 anos o indivíduo não tenha mediunidade, mas aos 40 anos a manifestação da faculdade mediúnica surja.

Aqui estamos sugerindo a psicografia, como Kardec fazia, por ser o tipo de mediunidade que a maioria das pessoas gostaria de ter, porque a comunicação com os Espíritos pelo meio escrito é muito eficiente, mas também porque fica registrado o pensamento deles. Na psicografia os Espíritos se utilizam do sistema nervoso do médium que controla seu braço e mão.

Mas também pode ser pela mediunidade falante, a psicofonia, em que os Espíritos controlam a fala do médium. Também para a psicofonia o indivíduo pode fazer o mesmo exercício proposto para psicografia, para verificar se é médium falante. Vale para qualquer tipo de mediunidade: aguarda cerca de 15 minutos para ver se algo acontece. Isso pode ser feito na casa espírita, se a pessoa não tem segurança para fazer em casa. Quando se vai fazer em casa é importante ter um bom conhecimento da teoria, estudar bastante primeiro. Ninguém deve fazer uma prática sem antes saber a teoria. É bom também saber as dificuldades, os percalços que podem acontecer no processo.

Na casa espírita, em um grupo mediúnico, a pessoa vai se sentir mais segura também, porque ela tem ao lado pessoas mais experientes que poderão ajudá-la a treinar para saber se de fato é médium.

Kardec sugere também que aquele que participa de um grupo mediúnico já maduro tem a possibilidade de consultar os Espíritos, por meio de algum médium, quanto a ser ou não médium, o que pode reduzir o tempo de treino.

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*Observação. O texto acima foi retirado de uma exposição de viva voz. Como todo ensino oral, esta colocação pode não ser tão rigorosa com os sentidos das palavras, por efeito da proximidade entre as pessoas que conversam. É preciso, por isso, considerar que as definições dadas podem ser provisórias, e que alguns termos são usados em sentido figurado. Em todo caso, o fundo da mensagem não deixa equívocos.


Cosme Massi é Físico, Doutor e Mestre em Lógica e Filosofia da Ciência pela UNICAMP. Foi professor, pró-reitor e diretor de diversas universidades no Brasil. Ganhador do Prêmio Moinho Santista em Lógica Matemática. Escritor, palestrante e estudioso das obras e do pensamento de Allan Kardec há mais de 30 anos. Idealizador do IDEAK (Instituto de Divulgação Espírita Allan Kardec) e da KARDECPEDIA, plataforma grátis para estudos das obras de Allan Kardec. Reúne mais de duzentas aulas de Espiritismo na plataforma KARDECPlay.


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