
Será que também somos ingratos?
Explicação de *Cosme Massi na live "Decepções, Ingratidão, Afeições Destruídas", ocorrida em 20/08/2020.
Transcrição de Rui Gomes Carneiro.
Acredito que a primeira coisa seja saber que somos Espíritos imortais em processo de crescimento espiritual, mas percebendo o grau de desenvolvimento em que estamos, e entendendo quem nós somos hoje.
Quem nós somos hoje? Qual o nível de Espírito em que eu me encontro hoje? Aquele ainda com muito ciúme, com muita inveja, com muito rancor, ainda sendo muito ingrato, e aí querendo a gratidão dos outros?
Precisamos fazer algumas análises de nós mesmos, porque geralmente tendemos a jogar a responsabilidade para o outro. O outro que é ingrato, eu não sou ingrato. O outro que é invejoso, eu não sou invejoso.
Será que nós somos um pouco assim ainda? Essa é a grande dificuldade, não é? Como somos Espíritos imperfeitos, temos dificuldades de ver os próprios defeitos. Nós não deixamos de perceber nos outros essas emoções ruins que tomam conta de nós.
Não temos o que se chama de autonomia no campo das emoções. Por exemplo, se eu digo para você agora: “Pense em algum tema da matemática, pense numa historinha que você escreveu”: nesse plano do pensamento temos muita autonomia, porque eu posso dizer, sugerir, e, se você quiser, você pensa. Mas no plano do sentimento ainda não conquistamos essa autonomia. Ele nos conduz, e nós não conseguimos conduzi-lo para modificá-lo.
Essa é uma diferença muito grande. Se eu digo para você agora: “Fique com raiva”, é uma paixão, não é algo que baste você dizer “Ficar com raiva”, para tê-la. Mas se aparece um contexto de luta, de dificuldade, ou alguém que te agride, a raiva surge imediatamente.
E o que fazer para impedir que ela venha, para não a sentir? É fundamental todo esforço de mudança do mundo de sentimentos, deve ser o principal esforço de cada um de nós.
Kardec, ao construir a escala evolutiva dos Espíritos, vai de imperfeitos para bons, e esse é o primeiro grande salto evolutivo, e ele só se dá pela mudança nesse mundo de sentimentos. Muda para Espírito bom aquele que não sente mais essas paixões ruins, esses sentimentos ruins.
Esse é o primeiro grande salto, e é o salto que todos nós precisamos trabalhar. Então eu diria que, como estamos vivendo como Espíritos imperfeitos, entre Espíritos imperfeitos, é como indivíduos que têm um espinho, vivendo no meio de outros que também têm um espinho. Então todos vão espetando uns aos outros. Não tem jeito, até que a gente descubra que é melhor ser espetado do que espetar.
Então vamos primeiro aprender a perdoar, a ser indulgente, a não fazer o mal, e depois aprenderemos a eliminar os sentimentos ruins, que decorrem de quando se recebe o mal.
Quando recebemos o mal do outro, é muito comum que sentimentos ruins sejam alimentados no nosso mundo íntimo. E muitas vezes a pessoa diz assim: “eu sou ciumento, mesmo, eu sou invejoso mesmo”. Ela tem que parar de dizer isso, e passar a dizer: “eu sou, sim, mas não vou mais ser”.
Ela tem que trabalhar o mundo do sentimento, como ela trabalha o mundo do pensamento. Ela precisa aprender a ser autônoma, a sentir aquilo que ela deseja e queira sentir, e não a sentir aquilo que a paixão determina.
Então eu brinco: é fácil alguém nos fazer sentir raiva, basta ele encontrar o ponto. Vê-se isso em conversa em família, em grupos de pessoas. De repente, o marido resolve provocar o ciúme da esposa, e ele fala alguma coisa, lembra alguma coisa, e lá vem o ciúme e transborda toda aquela fala de ciumenta. A pessoa não é autônoma no que diz respeito às suas emoções.
A gente se entrega a elas e não aprende a mudá-las, para um dia só cultivar as boas.
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*Observação. O texto acima foi retirado de uma exposição de viva voz. Como todo ensino oral, esta colocação pode não ser tão rigorosa com os sentidos das palavras, por efeito da proximidade entre as pessoas que conversam. É preciso, por isso, considerar que as definições dadas podem ser provisórias, e que alguns termos são usados em sentido figurado. Em todo caso, o fundo da mensagem não deixa equívocos.
Cosme Massi é Físico, Doutor e Mestre em Lógica e Filosofia da Ciência pela UNICAMP. Foi professor, pró-reitor e diretor de diversas universidades no Brasil. Ganhador do Prêmio Moinho Santista em Lógica Matemática. Escritor, palestrante e estudioso das obras e do pensamento de Allan Kardec há mais de 30 anos. Idealizador do IDEAK (Instituto de Divulgação Espírita Allan Kardec) e da KARDECPEDIA, plataforma grátis para estudos das obras de Allan Kardec. Reúne mais de duzentas aulas de Espiritismo na plataforma KARDECPlay.
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